sábado, julho 25, 2015

Povo de Fé


A gente nunca deveria discutir religião.

Não.

Religião a gente deveria apenas sentir.

Ou bate ou não bate.

Temos muita sorte. Muita!

Quer ver?

Te conto.

Iniciamos o ano, logo no dia primeiro dia, 01 de janeiro, e o que temos?

Dia de todos os santos.

Quer exemplo mais democrático?

Está todo mundo homenageado e não se fala mais no assunto!

Dezenove dias depois comemoramos São Sebastião, que, não sendo bobo nem nada, é logo o padroeiro do Rio de Janeiro.

Levou flechada, mas levou a melhor, vamos combinar.

Chegamos em dois de fevereiro. Sem controvérsias.

Vamos comemorar Iemanjá.

Afinal, um litoral imenso desses não poderia ficar sem uma musa inspiradora.

Até Caymmi se rendeu aos seus encantos.

Seria eu a desacreditar? Jamais.

Me rendo, e com louvor.

Na luta diária pedimos clemência à exploração de cada dia e que ninguém negue: é preciso ser guerreiro para enfrentar o trânsito, o caos, a violência, o desamor, as fraudes morais, a falta de grana, então, chega mais Jorge, vinte e três de abril é aguardado para berrarmos nosso potencial guerreiro e irmos à luta com alguém que nos apadrinhe.

Esperamos por você ansiosamente!

Para um povo amoroso não poderia faltar, é claro, uma esperança, então, Antônio entra em cena dia treze de junho e faz a festa.

Ufa! Resta alguma esperança aos encalhados de plantão.

O coitado ainda se sujeita a ficar afogado, de cabeça pra baixo.

Uma baixaria o que se faz com o coitadinho!

Dias depois, Pedro, que de bobo não tem nada, não foi à toa que ficou com as chaves do céu, antes de fechar o mês faz a sua festa.

Comemoramos o dia das crianças, dos adultos, dos avós, da árvore, de Nossa Senhora.

O que buscamos mesmo é " alguma alma mesmo que penada, que empreste suas penas" quando não sentimos mais amor, nem dor, nem nada.

Só nos recusamos a perder a fé!

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